Música alta faz mal a memória e prejudica o aprendizado

03/09/2012 14:20

 

 

Quem não gosta de ouvir uma boa música? O problema é que muitos adolescentes exageram no volume do som, e deixam a música BEEEEEEEM ALTA. O problemas é que isso pode fazer mal a memória e os mecanismos de aprendizagem, segundo uma pesquisa argentina. O trabalho, publicado em uma revista chamada Brain Research, foi realizado utilizando camundongos com idade entre 15 e 30 dias, o que corresponde a uma faixa etária entre 6 a 22 anos nos humanos.

Os pesquisadores expuseram os animais a intensidades de ruído entre 95 e 97 decibéis (dB) mais altos do que o patamar considerado seguro (70-80 dB), porém abaixo da intensidade de som que produz, por exemplo, um show de música (110 dB).

Concluído o experimento, eles descobriram que, depois de duas horas de exposição, os ratos sofreram danos irreversíveis nas células cerebrais. Segundo os pesquisadores, foram identificadas anormalidades na área do hipocampo, uma região associada com os processos de memória e aprendizagem.

Danos

Já era sabido que a exposição ao som alto pode causa problemas no ouvido, no coração e do sistema endócrino (além de stress e irritabilidade), mas é a primeira vez que tais alterações são detectadas no cérebro.

“Pode-se supor a partir dessa descoberta que os níveis de ruído a que as crianças são expostas ao ouvir música alta com fones de ouvido podem levar a déficits de memória e cuidados de longa duração”, disse Maria Zorrilla Zubilete, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina da UBA.

Uma das curiosidades relevadas pelo estudo é que, para as crianças, uma única exposição a ruídos altos pode ser mais prejudicial do que uma exposição prolongada.

Durante a experiência, dois grupos de ratos foram analisados: o primeiro foi exposto uma única vez a duas horas de ruído e o segundo recebeu o mesmo estímulo, mas uma vez por dia durante duas semanas.

Após 15 dias, os ratos que tinham sido submetidos a uma única exposição no início da experiência mostraram mais sinais de danos. Os cientistas atribuíram tal fato à chamada “plasticidade neural” existente durante os anos de desenvolvimento, quando o sistema nervoso ainda está em formação.

Com a descoberta, os professores, que já se reclamam de como as novas tecnologias podem distrair os alunos, têm agora um novo argumento para proibir os gadgets em sala de aula.

Fonte: BBC