O que você vem postando nas Redes Sociais?

11/08/2012 12:00

 

* Artigo de Gabriela Resendes Silva, graduanda em História

 

Foto: SXC

Não é mais novidade que a internet é um dos nossos maiores meios de comunicação e que ela vem sendo amplamente utilizada também como ferramenta de lazer. Ao mesmo tempo, sobretudo através das redes sociais, o homem do século XXI expõe muito de si, do que pensa com relação a inúmeros conflitos sociais. Nas páginas de relacionamento, este homem (ou mulher) encontrou espaço para ser “ouvido” em meio a tantos outros que, como ele, também falam.

Diariamente pessoas postam nas redes sociais inúmeras coisas: fotografias, músicas, notícias e opinam sobre assuntos simples e temas polêmicos. Postam um “bom dia”, uma foto de alguma viagem ou até mesmo do dia-a-dia. Sem falar nos inúmeros links que compartilham, seja por passar uma mensagem interessante, ou somente por parecer-lhes engraçado.

Em nossos tempos, “publicar”, “curtir”, “compartilhar” se tornou algo tão comum que se postam desde mensagens de insatisfação com um sistema de governo, como foi o caso das manifestações exigindo a renúncia de Hosni Mubarak, no Cairo em 2011, a imagens que expressam sentimentos preconceituosos e/ou violentos, como foi o caso da jovem paulista Mayara Petruso, condenada por postar mensagens preconceituosas contra nordestinos no Twitter em 2010.

Assim, podemos entender a rede mundial de computadores, a internet, como uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo em que ela proporciona ao homem maiores facilidades, possibilita também a circulação de mensagens de intolerância. Nas redes sociais, se tornou perigosamente banal ver a imagem de um homossexual, de um negro, um idoso, um nordestino ou de um trabalhador humilde, associada a mensagens pejorativas que passam despercebidas e assumem um papel “forçado” de humor.
E o curioso é que, na maioria das vezes, as pessoas nem se dão conta que estão propagando mensagens altamente nocivas ao bem-estar de outro ser humano. Assim, com frequência aparecem, nos vários perfis da rede, imagens que assumem um papel de “engraçadas”, mas que na verdade não passam de preconceituosas. Não passam de mensagens que valorizam o racismo, a homofobia e a intolerância.

De fato, é curioso e até alarmante a dimensão e influência que as redes sociais desempenham na sociedade contemporânea. Através de um breve olhar, é possível perceber o quanto a nossa sociedade (mesmo estando no século XXI), consciente ou inconscientemente, ainda é intolerante.


É claro que a questão não é ser contra as redes sociais. Fundamental é ser consciente com aquilo que é postado para que, assim, mensagens preconceituosas não sejam transmitidas nos inúmeros perfis da imensa rede. E você, o que anda postando?

* Gabriela Resendes Silva é graduanda em História/UFS. Bolsista FAPITEC/FUNTEC. Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (UFS/CNPq). Este artigo tem o apoio do projeto Cibercultura e Internet: A Extrema Direita Sul-Americana na Internet (1996-2007) do Edital FAPITEC/FUNTEC/CNPq N° 04/2011– coordenado pelo Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard (DHI/UFS).

Fonte: https://www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=132245