Música altera batimento cardíaco

21/08/2012 19:44

 

Música altera batimento cardíaco

 
Música clássica é capaz de mudar a taxa de batimentos cardíacos tanto em pessoas saudáveis quanto em pacientes em estado vegetativo, sugerindo que ela pode afetar os sistemas neurais da emoção mesmo quando o pensamento consciente está ausente. Francesco Riganello e sua equipe, do Instituto Santa Anna, em Crotone, Itália, tocaram quatro músicas clássicas para 16 voluntários saudáveis enquanto mediam seus batimentos cardíacos. A equipe repetiu o experimento com 9 pacientes em estado vegetativo. Os pesquisadores também pediram aos voluntários saudáveis para descrever as emoções que sentiam enquanto escutavam as músicas. As peças, de três minutos cada uma e de diferentes compositores, foram escolhidas devido a seus diferentesritmos, fator que produz emoções tanto positivas e quanto negativas.

Riganello descobriu que a música afetou a taxa de batimentos cardíacos da mesma forma nos dois grupos. Músicas consideradas "positivas" pelos voluntários saudáveis, como o minueto do quinteto de cordas em Mi Maior, de Boccherini, diminuíram a taxa de batimentos cardíacos, enquanto músicas "negativas", como a sexta sinfonia de Tchaikovsky, aumentaram os batimentos.

Uma pessoa está em estado vegetativo quando não apresenta nenhuma resposta comportamental visível a estímulos externos. "Em geral, acredita-se que pacientes vegetativos estão isolados do mundo externo, mas essa ideia pode estar incorreta", diz Riganello.

Padrões cardíacos observados em pessoas saudáveis ao escutar a música de Boccherini em estudos anteriores indicam que os pacientes ficavam mais relaxados. Riganello sugere que algo semelhante poderia estar acontecendo em pacientes em estado vegetativo.

Ele acredita que a reação se origina em regiões inferiores do cérebro, como os sistemas límbico e paralímbico, que controlam emoções e respostas autônomas e podem permanecer ativos mesmo depois de lesões cerebrais extensas. [...]

O estudo foi publicado no periódico Clinical Neurophysiology.