Filhos sem limites... Pais irresponsáveis

01/08/2012 21:16

 

Quando um homem e uma mulher decidem ter filhos e formar uma família, eles precisam mais que, apenas, promessas. Precisam estar cientes de que este ato não é apenas uma linha de engrenagem composta de parir, trocar fraldas, alimentar, dar um teto, escola, etc. Quando um homem e uma mulher resolvem ter filhos, eles se tornarão pais e, como na frase de O Pequeno Príncipe, se tornarão responsáveis pelo que cativarem. Eu diria mais, eles serão responsáveis pelo que cultivarem.
 
Deixei a poeira baixar para falar um pouco da responsabilidade social de educar uma criança e torná-la responsável para crescer de forma saudável não só de corpo, mas de mente, caráter e atitudes. Há menos de duas semanas lemos nos jornais que dois menores atropelaram na beira da praia uma criança que brincava inocentemente, fugindo para o “aconchego” da família que, prontamente, ensinou-lhes que a melhor solução para a sua irresponsabilidade é a falta de respeito com a dor alheia.
 
Fica a pergunta: o que é educar um filho? É dar-lhes total liberdade de ação longe de nossas vistas ou tê-los por perto ensinando o certo, o errado e, o principal, mostrando que assumir suas responsabilidades e consequências de seus atos é prepará-los para a vida? Muitos pais acham que a educação é responsabilidade da escola e do meio como um todo, ao passo que educar é responsabilidade principal da família – pai e mãe, principalmente e acima de tudo.  Mas, muitos pais não estão preparados para esta missão. Não aguentam ter por perto seus filhos que clamam por atenção e se tornam “irritantes”! Mais fácil despachá-los dando a eles mais responsabilidade do que podem assumir. E, no momento em que algo de ruim acontece, não podemos culpá-los, afinal, apenas seguiram o exemplo que têm dentro de suas casas.
 
Cada vez mais temos visto crianças com síndrome do pânico, ansiedade, dependentes de drogas e álcool, para fugir de uma realidade dura que começa na maioria das vezes, em suas próprias casas. Pais incapazes de impor limites porque nunca os tiveram ou temem não terem o amor de seus filhos ao negar-lhes algo; Pais que negam uma conversa ou um convívio familiar por questões de trabalho em excesso; Pais que vivem no limite do estresse, sem tempo para serem, apenas, amigos, orientadores, pais...
 
Formar uma família é um ato de amor. É saber impor limites. É ensinar a ser responsável. É conviver com as dificuldades do dia a dia e mesmo assim, arrumar mais tempo na vida corrida para dar carinho, atenção, saúde e educação aos filhos. É ter paciência. É saber dizer sim e ter força para dizer não.
 
Nossos filhos são o espelho da sociedade, mas também de nossas condutas como pais.